Centro Cultural Feso Pro Arte inaugura a V Expo ArqUrb e o X Salão de Arte em Arquitetura com foco em sustentabilidade e inovação
Em 04/11/2025 às 17h32
O Centro Cultural Feso Pro Arte sediou, em 31 de outubro, a abertura simultânea de dois eventos que firmam Teresópolis como um centro de debate e criação no âmbito da arquitetura e do urbanismo: a V Expo ArqUrb e o X Salão de Arte em Arquitetura. Os eventos visam promover um diálogo entre arte, técnica e responsabilidade ambiental, associando a experimentação acadêmica à prática profissional.
V Expo ArqUrb: experimentação e consciência ambiental
A quinta edição da Expo ArqUrb apresenta um projeto de exposição inovador, erguido com bambu e tecidos - materiais de baixo impacto ambiental, versáteis e, ao mesmo tempo, tradicionais e atuais. O espaço foi idealizado como uma experiência sensorial, explorando estruturas autossustentáveis e suspensas que convidam o visitante a percorrer um verdadeiro mapa do imaginário acadêmico.
Os trabalhos exibidos, elaborados por estudantes do curso, foram reinterpretados em maquetes, imagens, jogos e luminárias, representando reflexões críticas e criativas sobre as formas de projetar e habitar, principalmente em Teresópolis. As produções englobam as diversas áreas da formação arquitetônica - Planejamento Urbano e Ambiental, Arquitetura da Paisagem, Conforto Ambiental, Habitação de Interesse Social, Patrimônio e Desenho de Observação - evidenciando a aptidão do curso para uma formação crítica, sensível e conectada ao território.
A estudante Rafaela Oliveira, do oitavo período, ressaltou a relevância da mostra para os alunos.
- "Essa exposição significa muito para nós como estudantes. É recompensador participar da montagem e ver nossos trabalhos lado a lado com os dos profissionais. Este ano, apresentei uma luminária desenvolvida na disciplina de conforto lumínico, unindo técnica e criatividade de forma mais lúdica", relatou.
Dentre as atividades apresentadas, destacou-se o exercício 'Maquetes e Pavilhões Expositivos', no qual os alunos projetaram pavilhões conceituais localizados no Campus Quinta do Paraíso/Unifeso, explorando materiais e formas que traduzem conceitos como 'ritmo' e 'metamorfose'. A proposta buscou integrar arquitetura, arte e sustentabilidade, incentivando a reflexão sobre construções que expressam o tempo, o movimento e a capacidade de transformação.
X Salão de Arte em Arquitetura: a pegada ecológica da construção
Com o tema 'Arquitetura Ecológica: possibilidades de requalificação ambiental e social para a Região Serrana', o Salão de Arte em Arquitetura chega à sua décima edição reiterando o compromisso com uma arquitetura sustentável e socialmente responsável.
A mostra reúne profissionais atuantes na Região Serrana do Rio de Janeiro, que apresentam projetos norteados pelo respeito à paisagem local e pelo uso de materiais de baixo impacto ambiental, como terra, madeira e bambu, além da preocupação com o uso da água. As quatro temáticas centrais - Arquitetura e Terra, Arquitetura e Madeira, Arquitetura e Bambu e Arquitetura e Água - foram apresentadas por renomados profissionais: Fernando Minto (Matéria Base), Camilo Folly (Folly Schelb Arquitetos), Rafael Fiuza (Erre Bambu) e Renan Esteves (Coral Home Lagos e Piscinas Naturais).
Para a professora Letícia Prudente, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Unifeso, o momento é de repensar os impactos da construção civil sobre o meio ambiente.
- "Precisamos entender qual é a pegada ecológica da arquitetura nessa serra tão bela em que vivemos. Trabalhamos com a análise do ciclo de vida dos materiais - da extração ao descarte - e percebemos como os elementos naturais, como terra e madeira, retornam à natureza com menor impacto. A proposta do salão é justamente estimular esse diálogo entre arquitetos e futuros profissionais sobre como construir de forma mais consciente e integrada ao território", afirmou.
Os arquitetos convidados também compartilharam suas experiências. Felipe Lorca e Rafael Fogel, do escritório Matéria Base, apresentaram o projeto 'Cabana do Lago', uma residência construída com taipa de pilão, blocos de terra comprimida, madeira e pedra. Segundo Felipe, o projeto reflete a busca por uma arquitetura conectada à paisagem e ao processo de construção.
- "Trabalhamos desde a leitura do terreno até a execução final, participando da formação da mão de obra local. Foi uma verdadeira escola para nós, jovens arquitetos", explicou.
Já o arquiteto Camilo Folly, especialista em construções em madeira, destacou a crescente procura por projetos mais integrados à natureza.
- "Nos últimos anos, temos percebido um movimento de pessoas que deixam os centros urbanos em busca de refúgios sustentáveis na serra. A madeira de reflorestamento, pela sua praticidade e pegada ambiental positiva, tem se tornado um material protagonista nessa tendência", observou.
Por Giovana Campos
Fonte: UniFeso
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