Confeso 2025: Reflexões sobre corpo, gênero e cirurgia com o Dr. Ailton Fernandes em destaque
Em 21/10/2025 às 21h11
Um dos pontos altos da décima edição do Congresso Acadêmico-Científico do Unifeso (Confeso) foi a palestra 'Corpo, Gênero e Cirurgia: Uma perspectiva médica sobre a transgenitalização', apresentada pelo Dr. Ailton Fernandes, em 21 de outubro. A apresentação fomentou um ambiente crucial de reflexão sobre a medicina, a pluralidade e o respeito pelas variadas experiências de gênero.
Com uma abordagem clara e sensível, o Dr. Ailton conduziu a conversa de maneira interativa com a audiência, convidando os estudantes a participarem de pesquisas e ponderações sobre conceitos essenciais como sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. 'É uma grande alegria estar neste ambiente universitário. Trabalho com ensino médico, geralmente com residentes e colegas já formados, então é muito gratificante estar com toda essa juventude. Este é um tema instigante, que abordaremos de forma acessível, com espaço para discussões e participação', declarou o palestrante.
Durante a conferência, o médico enfatizou que o tema está em constante evolução, acompanhando as mudanças nas terminologias e nas compreensões científicas sobre gênero e sexualidade. 'E talvez saiamos daqui com mais questionamentos do que respostas - e isso é positivo, porque a dúvida impulsiona a ciência e o aprendizado', acrescentou.
O Dr. Ailton Fernandes possui mestrado e doutorado em Disfunções Miccionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde também leciona Urologia no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Além disso, faz parte da equipe de Urologia do Hospital Federal do Andaraí e lidera o Departamento de Disfunções Miccionais da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Tendo construído uma carreira notável com publicações científicas nas áreas de incontinência urinária, bexiga hiperativa, bexiga neurogênica e cálculo renal, o médico é reconhecido por seu tratamento atencioso e por defender que a prática da medicina deve ser sempre direcionada para o bem-estar do paciente.
'Essa metodologia estimula o aprimoramento de habilidades humanísticas e também de empatia clínica, que são qualidades fundamentais na formação de profissionais de saúde. Trata-se de uma discussão multidisciplinar, que envolve a psicologia, as ciências humanas, a psiquiatria e, naturalmente, os estudantes da área médica. O tema da transgenitalização ou das cirurgias de afirmação de gênero também exige atualização científica, ética médica e compreensão sobre as diretrizes que regulamentam esse processo. Temos, por exemplo, as normas da Associação Profissional Mundial pela Saúde Transgênero, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelecem a idade mínima para iniciar a hormonização, o tempo de acompanhamento psicológico e psiquiátrico e os critérios para a realização das cirurgias.'
O médico também ressaltou que debater o tema dentro da universidade é crucial para combater a desinformação e a transfobia, além de fortalecer o papel social da instituição.
'O ambiente acadêmico é indispensável para desconstruir preconceitos e promover o respeito à diversidade humana, que é um dos alicerces da universidade moderna. A universidade desempenha um papel fundamental na formação de agentes transformadores, e ao incluir o tema da transgenitalização em seu debate, assume um compromisso com os direitos humanos e com a igualdade de acesso à saúde. Minha impressão sobre o evento foi extremamente positiva - houve participação, interesse e compreensão. Parabenizo o Unifeso por criar este espaço e iniciar um debate tão relevante para a nossa sociedade', finalizou.
Por Giovana Campos
Fonte: UniFeso
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